sábado, 18 de junho de 2011

Fim da União Europeia?

Como todos bem sabem, a União Europeia é o bloco econômico regional de maior nível de integração existente no mundo, porém recentemente alguns problemas têm colocado essa integração em xeque. Comecemos com a crise da zona do Euro que afetou em especial a Grécia, chegando-se a haver boatos sobre a exclusão deste país do bloco europeu. A Alemanha, a priori, recusou-se a fornecer ajuda alegando que o mundo passava por um momento difícil, já que ainda estavam sob os efeitos da crise norteamericana, e que cada país precisava atender necessidades internas. Natural para um período de crise, onde o nacionalismo passa a ocupar o lugar do regionalismo, todas as nações, quando enfrentam crises passam a pensar nos seus problemas internos e não na cooperação com outros países. Porém, a posteriori, um acordo foi estabelecido e a ajuda foi concedida. Outra pedra que entrou no sapato da União Europeia foi um problema antigo, porém foi agravado com outro evento bastante abordado neste blog, que foi a “Primavera Árabe”. A União Europeia sempre conviveu com um grande número de imigrantes africanos no país, principalmente França e Itália, já que estes países foram as metrópoles de várias colônias na África e existe uma grande proximidade geográfica com este continente. Com os protestos que evoluíram para revoluções nos países árabes, começando justamente no norte da África, uma grande parte da população decidiu buscar refúgio nos países de seus respectivos colonizadores, devido à proximidade linguística e cultural com as quais já estão adaptados. Contudo, este fato não agradou os líderes destes países que passaram a receber inúmeras levas de imigrantes africanos, começando da Itália que é próxima à Tunísia e abrigou, a contragosto, milhares de tunisianos na ilha de Lampedusa, a 150 quilômetros do país africano. Como a comunidade europeia fez com que a Itália aceitasse os imigrantes, o governo italiano sabia que haveria um grande número de africanos que procuraria outros países e não ficariam somente na Itália, dando a estes países um “troco” por obrigá-los a aceitar os imigrantes, e decidiu então conceder o direito aos refugiados de permanecer temporariamente no país. Como o nível de integração ao qual pertence a União Europeia engloba um tratado de livre circulação de cidadãos entre os países, o chamado Tratado de Schengen, este tratado contemplaria estes imigrantes africanos, eles se espalharam pela Europa, como previa a Itália, principalmente os de países que foram colonizados pela França, que imediatamente buscaram uma forma de chegar a este país. A França, que recentemente tem passado por um mal-estar com o excesso de estrangeiros residentes no país, sentiu-se ameaçada por esta “invasão” e imediatamente interrompeu a circulação dos trens que partiam da Itália para aquele país. Fato este que gerou tensões entre os dois países cujos governos já são conhecidos por sua forma um tanto polêmica de gestão, que nada mais é que um comportamento nacionalista. Em uma reunião entre o primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi e o presidente francês Nicolas Sarkozy decidiram que era hora de “rever o Tratado de Schengen”. Segundo eles, não há a intenção de que ele seja extinto, mas “para que Schengen sobreviva, é necessário que passe por uma reforma”.

O mais recente dos problemas que atingiu a União Europeia influi diretamente na saúde da população. A bactéria supertóxica denominada E. coli, a qual já causou vítimas fatais, principalmente na Alemanha. Este problema se espalhou por países que mantém relações comerciais, em especial de produtos agrícolas, como pepinos, tomates e leguminosas utilizadas em saladas frias. Em um primeiro momento houve troca de acusações entre Alemanha e Espanha, onde aquele país acusou este segundo dizendo que os produtos eram originários de lá, porém os testes descartaram esta possibilidade. A Rússia, principal importador dos produtos agrícolas, os principais responsáveis pela propagação da bactéria, suspendeu todas as importações destes alimentos do bloco europeu. No dia 7 de junho, o comissário da U.E para a Saúde declarou que a E. coli é um problema alemão e não europeu.

Vê-se claramente que a União Europeia tem passado por situações que abalam sua legitimidade enquanto bloco econômico regional, e principalmente como referência de integração aos demais blocos, como o MERCOSUL, que desde sua criação em 26 de março de 1991 com o Tratado de Assunção, não atingiu seu objetivo principal que está fixado no próprio nome do bloco: chegar ao status de Mercado Comum e, por enquanto, é apenas uma União Aduaneira. Portanto, a questão que fica é se realmente estamos assistindo ao declínio da maior potência mundial dentre os blocos econômicos regionais ou é apenas um mal-estar que pode ser resolvido buscando a solução na própria integração destes países.

sábado, 2 de abril de 2011

عندما الشعب يخش الحكومة، علينا الاستبداد. عندما تخشى الحكومة شعبهاعلينا الحرية

Frase de Thomas Jefferson traduzida para o árabe: "Quando o povo teme seu governo, temos tirania. Quando o governo teme seu povo, temos liberdade."

Recentemente uma onda de protestos e revoluções tem tomado os países árabes. Começou com a Tunísia, contaminando Argélia, Marrocos, Egito e Líbia, no norte da África e se espalhou pelo Iêmen, Bahrein, Iraque, Jordânia e Síria, no Oriente Médio.

As revoltas têm por objetivo derrubar governos totalitários e instaurar um regime democrático nos países, pois grande parte de seus governos foi conseguida através de golpes militares, e estão no poder há anos e até mesmo décadas (caso de Muammar Qadaffi, há 42 anos no poder). Nos casos onde há monarquia e, geralmente, o monarca é um descendente do profeta Mohammad (caso do rei Mohammad V do Marrocos), exige-se uma diminuição dos poderes do rei, por exemplo, que a escolha do primeiro-ministro seja democrática, pois neste país, o rei tem pleno poder e é o próprio quem escolhe seu premiê.

Porém, muitas outras questões orbitam estas revoluções, em especial na Líbia, onde já perdura há considerável tempo, e tem causado mais perdas humanas, tendo até mesmo intervenção das forças armadas internacionais autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU. Muammar Qadaffi viu seu exército se dividir em dois, e uma parte apoia os manifestantes e, armados, tomam várias cidades organizando governos paralelos, enquanto a outra mantêm-se ao seu lado. Em resposta a isso, Qadaffi bombardeia estas cidades ocupadas massacrando o próprio povo.

Os EUA e os países europeus apoiaram essas ditaduras nestes países por décadas, assegurando assim, o controle do petróleo na região e mantendo a segurança de Israel, seu principal aliado no Oriente Médio. Os países exigem um modelo de regime de democracia ocidental, pautado pelas leis da religião islâmica. Porém, há o receio da ascensão de um regime islâmico por parte dos Estados Unidos, Europa e Israel, o que abalaria as relações entre os países ocidentais e os países árabes, em especial no setor comercial petroleiro, do qual estes países são os maiores fornecedores mundiais. Uma intervenção ocidental nestas revoluções serviria para garantir a zona de influência nos países árabes e manter a estabilidade nas relações econômicas, visto que a comunidade internacional (majoritariamente ocidental) instituiria um governo mais “aberto” politicamente e, em especial, comercialmente ao mundo ocidental. Contudo, o povo árabe rejeita essa intervenção, chamada por eles de “imperialista”, pois sabem que é puramente interesseira, e continuará havendo a remessa de lucro do petróleo da região às multinacionais que exploram este recurso lá, enquanto a população não poderá desfrutar dos benefícios conseguidos com este comércio e continuarão miseráveis.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Logo CIERI ESAMC Campinas

Você, aluno ESAMC dos cursos de Comunicação e Design.
Ajude o CIERI (Conselho Institucional de Estudantes de Relações Internacionais) a construir sua identidade.

Concurso Logo CIERI ESAMC Campinas

O concurso visa escolher, entre as opções enviadas pelos alunos, um logo para nossa instituição.

O vencedor receberá um Certificado da ESAMC que será entregue no dia da cerimônia de inauguração do nosso CIERI.

Gostaríamos que o logo simbolizasse nossa missão, visão e valores.

Missão
Representar os estudantes de Relações Internacionais da ESAMC frente às demais instituições onde haja o referido curso e às instituições que tratem de temas relacionados às atividades da área de Relações Internacionais, com o intuito de criar um impacto positivo para todos os alunos.

Visão
Projetar o curso de Relações Internacionais da ESAMC nacional e internacionalmente, ressaltando sua excelência, e abrir espaço no mercado para que os alunos possam ocupar lugares de destaque.

Valores
Trabalhar sempre com integridade e respeito pelas pessoas, promovendo a unidade dos alunos e mantendo um compromisso contínuo com a propagação da ética em nossa instituição.

Participem enviando os logos para cieriesamc.cps@gmail.com

domingo, 13 de março de 2011

ENERI 2011

XVI ENCONTRO NACIONAL DOS ESTUDANTES DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Os Organismos Internacionais na Nova Ordem Mundial

Brasília - 18 a 21 de maio de 2011

Saiba mais: http://www.faap.br/eneri2011/

O CIERI ESAMC Campinas gostaria muito que os alunos do curso de Relações Internacionais da nossa faculdade participacem deste evento para dividir conosco os conhecimento adquiridos.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O povo não deve temer seus governantes; são os governantes quem devem temer seu povo!

Baseando-me na frase retirada do filme V for Vendetta (V de Vingança) eu interpreto os atuais acontecimentos que vem ocorrendo no Egito desde o dia 24/01.


Após 30 anos de um governo ditatorial, corrupto e anti-democrático, por algum motivo (fontes citam a crise econômica, mas existe "mais fogo de onde sai toda essa fumaça") a população iniciou uma série de protestos nas ruas da capital egípcia Cairo reinvidicando uma reforma política no país, e o desmantelamento do atual governo.

Como acontece em todos regimes ditatoriais, o governo tentou reprimir os protestos de forma brutal aos olhos do mundo (até o bloqueio das transmições do canal Al Jazeera e da internet). E como num passe de mágica os governos de outros países "descobriram" a situação em que vive a população.

Dessa forma, muitos países se vêem em uma situação complicada:
1 - Apoiar o movimento popular, e exigir a reforma política de um regime ditatorial para um regime democrático;

2 - Ou continuar a fazer vistas grossas, para continuar a obter o apoio do governo de um país com forte representatividade no mundo Árabe.

Como sempre, os interesses que motivam essa "difícil" decisão estão longe de serem humanitários, democráticos, justos e estão muito mais próximos de decisões políticas-financeiras.
Enquanto isso o atual presidente (leia-se ditador) Mubarak "se esperneia" afim de garantir o apoio dos militares, nomeando como vice um general do alto escalão das forças armadas, Omar Suleiman.

Mas ao mesmo tempo, parece que inclusive o exército é condescendente na tentativa de reprimir os protestos, demonstrando uma certa hesitação em assumir um posicionamento claro nessa situação.

O povo continua se manifestando, ignorando o toque de recolher, e enfrentando as forças de repressão. E nessa odisséia o saldo de mortos já ronda a casa dos 100.

O preço pago por esse movimento é alto, assim como foi o preço que muitos pais e avós nossos pagaram para o reestabelecimento da democracia. Mas, mais alto do que esse preço seria o fracasso do movimento popular.

Em meio a tantas notícias veiculadas nos meios de comunicações nos dias de hoje, é bom entender e saber o que acontece e qual é a causa dos acontecimentos no Egito. E mesmo sem poder influenciar muito, devemos apoiar um movimento popular, que por enquanto se apoia sem nenhuma bandeira partidária (por enquanto), e sim é liderada por jovens estudantes e pela população pobre cansada de ser açoitada nesses 30anos pelo regime de Hosni Mubarak.

Sinto falta de movimentos parecidos com este, aqui no Brasil.
Que mesmo diante de tantos escândalos, continua passívo, "Deitado eternamente(...)"

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Caso Battisti

No dia 30 de dezembro de 2.010, o então presidente brasileiro Lula, decidiu negar a extradição de Cesare Battisti, ex-militante do PAC (Proletários Armados pelo Comunismo), condenado à prisão perpétua na Itália pelo assassinato de quatro pessoas em um julgamento a revelia (para quem não sabe, significa que foi julgado sem sua presença em júri impossibilitando-o de se defender das acusações), pois estava refugiado na França beneficiado pela doutrina Mitterrand - que garantia asilo a ex-militantes políticos que se comprometessem a abandonar a luta armada.
Essa decisão causou certo mal estar nas relações diplomáticas Ítalo-brasileiras, especialmente após uma declaração do Ministério das Relações Exteriores italiano disse que "haverá retaliações" e que o país reserva "o direito de considerar todas as medidas necessárias para obter o respeito ao tratado bilateral de extradição". Ou seja, serão usadas retaliações políticas, comerciais e até mesmo boicotes de viagens de italianos ao Brasil. O então ministro das Relações Exteriores disse que não haveria maiores consequências para as relações entre Brasil e Itália, porém o embaixador italiano no Brasil foi chamado várias vezes para aquele país, o que demonstra certa tensão.
No entanto, há contradições sobre o verdadeiro motivo da condenação de Battisti, de que ele seria um prisioneiro político e que até mesmo ele não teria participado dos assassinatos, já que ele alega ter sido vítima de armação de um companheiro de guerrilha que praticou os assassinatos e pôs a culpa sobre ele.
Battisti foi classificado como terrorista pelo governo italiano, já que apenas os que cometem crime contra o governo recebem essa denominação.
A questão que surge no ar é se realmente foi uma decisão sensata do nosso ex-presidente e seu então ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e qual seria a motivação para tal atitude, já que era previsto uma desestabilização das relações entre os países em questão.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Questão Cultural

Texto do jornal The New York Times - Discussão para aulas de Antropologia Cultural:

Na era da globalização, o que deveríamos ler?

"Foi humilhante ver como nossos colegas chineses sabiam tudo sobre Immanuel Kant e Marcel Proust, sugerindo paralelos (que poderiam estar certos ou errados) entre Lao Tsé e Friedrich Nietzsche – enquanto a maioria dos europeus entre nós mal conseguia ir além de Confúcio, e muitas vezes com base somente em análises em segunda mão."